Fala-se de ‘teatro dentro do teatro’ quando a obra, a cena, a cena curta ou o sketch têm como tema o jogo teatral em si mesmo.
Nesse caso, pode-se testemunhar uma mise en abyme: durante a peça, a cena teatral se transforma por um tempo no teatro de outra obra interpretada por alguns dos atores, à qual assistem os outros atores interpretando o papel do público. Shakespeare (Hamlet) e Molière (L’Impromptu de Versailles) utilizaram esse recurso.
Também é possível presenciar uma desviação dos códigos e convenções do teatro tradicional: o quarto muro desaba, os atores interpretam seus próprios papéis e falam de seus problemas pessoais dirigindo-se diretamente ao público e envolvendo-o; o autor, o diretor, o encenador ou até mesmo os espectadores intervêm no espetáculo; as pessoas, o espaço e o momento reais da representação tornam-se os personagens, o local e o tempo do espetáculo, a ponto de os verdadeiros espectadores acabarem por não saber o que é ficção e o que é realidade. »